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Retinoblastoma: o câncer de olho mais frequente nas crianças

Retinoblastoma: o câncer de olho mais frequente nas crianças

O retinoblastoma é um tumor que aparece no fundo do olho, mais precisamente na retina e acomete cerca de 1 criança em cada 30 mil nascimentos. No Brasil, são descobertos cerca de 500 novos a cada ano. Um dos principais sinais é a leucocoria, reflexo branco na pupila, que costuma aparecer em 90% dos casos diagnosticados. Muitas vezes, esse sinal é observado em fotos e levanta a suspeita para a doença. Contudo, o diagnóstico definitivo deve ser feito por um médico oftalmologista através da avaliação do fundo de olho do paciente.


Leucocoria olho esquerdo

A leucoria surge, no entanto em situações mais avançadas. Antes dela, a criança pode apresentar sensibilidade à luz, estrabismo e outros desvios oculares. Por isso, é crucial investigar quaisquer anormalidades nos olhos. A realização do teste do olhinho, logo após o nascimento, também é fundamental para identificar possíveis problemas. Sempre lembrando que esse teste deve ser repetido com frequência até os 4 anos de idade, faixa etária mais atingida pelo retinoblastoma.

No teste do olhinho, basicamente, o médico observa o reflexo da luz emitida pela lanterninha no fundo do olho do bebê. Se há alguma alteração na estrutura, esse reflexo ganha uma cor diferente (leucocoria) e pode não ser igual entre os dois globos oculares. O teste é obrigatório na rede de saúde pública, devendo ser realizado em todos os recém-nascidos.  Além do retinoblastoma, outras patologias como a catarata congênita e até mesmo graus elevados de miopia e hipermetropia podem ser detectados pelo teste do olhinho.



Teste do olhinho

Tratamento
 
Como em todos os tipos de câncer, o diagnóstico precoce é fundamental. O retinoblastoma, foi o primeiro tumor onde foi encontrada uma mutação genética que conduz ao desenvolvimento do tumor.

Em alguns pacientes, 5 a 15% de todos casos, a doença tem origem hereditária, normalmente com quadro bilateral, tendo história familiar positiva (história de pais acometidos). Estes pacientes, devido a gravidade e o conhecimento da família sobre o problema, normalmente tem o diagnóstico mais precoce, por volta dos 12 meses de vida. No outro grupo de pacientes, a mutação ocorre ao acaso, não tendo origem hereditária, sendo de maneira geral unilateral e com o diagnóstico mais tardio, por volta de 2 anos.

Após o diagnóstico, o tratamento do retinoblastoma dependerá do estágio de evolução da doença, podendo incluir radioterapia, quimioterapia, crioterapia, terapia a laser ou uma intervenção cirúrgica. No caso de intervenções cirúrgicas, é comum que seja retirado o olho do paciente, para evitar um cenário mais grave.  


A taxa de sucesso no tratamento do retinoblastoma é bastante elevada, sendo que 90% dos casos precocemente diagnosticados são curáveis. A chance de cura, no entanto, cai drasticamente quando o tumor deixa de estar limitado ao globo ocular e passa às estruturas orbitais (ao redor do olho). O desenvolvimento de metástases pode levar à cegueira ou à morte do bebé. Portanto, consultar um médico oftalmologista com frequência e realizar exames regulares são medidas essenciais para manter a saúde dos olhos em dia. 


Fonte: Dr. Astor Grumann Junior

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