A blefaroplastia (cirurgia das pálpebras) é um procedimento cirúrgico usado para tratar o excesso de pele das pálpebras, que dão um aspecto de pálpebra caída. Neste procedimento, o cirurgião remove o referido excesso de pele, músculo e em alguns casos parte das bolsas de gordura orbital.
Quem é um bom candidato à blefaroplastia?
A cirurgia tem duas finalidades, uma funcional, nos pacientes onde o excesso de tecido redundante cai por sobre os cílios e às vezes sobre a margem da pálpebra causando sensação de peso, cansaço e muitas vezes atrapalham a visão, principalmente no olhar para cima.
Outra finalidade é estética, especialmente para aqueles que buscam um rejuvenescimento facial. Nestes casos, ainda que limitada a região palpebral, a cirurgia pode ajudar a diminuir os efeitos do processo natural de envelhecimento facial, onde a perda de volume dos músculos, gordura e pele acaba ocasionando a queda dos tecidos.
Como é realizado o procedimento?
Inicia com uma consulta com especialista em oculoplástica, onde além de uma avaliação oftalmológica completa são realizadas medidas e avaliação das características palpebrais individuais de cada paciente. A cirurgia pode ser realizada nas pálpebras superiores e inferiores, com algumas variações conforme as particularidades e expectativas individuais.
O procedimento cirúrgico é realizado em ambiente hospitalar, não necessitando internação, sob anestesia local com sedação, com a presença de um anestesista e tem a duração de 45 a 120 minutos dependendo de variações técnicas e objetivos a serem alcançados.
Na pálpebra superior uma incisão na pele é realizada, em geral na prega palpebral, escondendo assim, uma improvável cicatriz. O excesso de pele é removido, bem como, em alguns casos, uma parte do músculo palpebral e da gordura orbital. A incisão é fechada, normalmente com uma sutura contínua, que é retirada entre o 6 ou 7 dias do pós-operatório.
Na pálpebra inferior, a blefaroplastia normalmente envolve a retirada ou reposicionamento da gordura orbital, aquelas bolsas indesejadas que aparecem abaixo dos olhos. Pode ser feito pela via transconjuntival, sem abertura da pele ou por via cutânea, quando a remoção de pele é desejada. A incisão é realizada a poucos milímetros da margem e sutura também é retirada com 6 a 7 dias.
Como é a recuperação da cirurgia?
Não é necessário oclusão ocular e normalmente não há dor no pós-operatório. O edema e o hematoma palpebral são inevitáveis, mas varia dependendo de características individuais. O edema é pior nos primeiros 5 dias, mas o resultado final pode ser observado após 4 a 6 semanas da cirurgia.
O procedimento oferece riscos?
Como todo procedimento de cirúrgico, a blefaroplastia não é isenta de riscos, e por isto é fundamental que seja realizada por profissionais capacitados. Normalmente são transitórios e reversíveis, no entanto, complicações graves, como perda da visão já foram descritas.
- Cicatrizes indesejáveis: são raras. A pele palpebral é muito fina o que facilita a cicatrização, mas alguns cuidados devem ser tomados no pós-operatório como, evitar o sol durante a presença do hematoma e seguir as orientações médicas são fundamentais.
- Lagoftalmo: impossibilidade de fechar o olho. Normalmente é transitória, devido ao edema pós-operatório. Mas pode ser definitivo se muita pele for retirada.
- Ectrópio: é quando a pálpebra inferior fica retraída e virada para fora. Também pode ser transitória, associada ao edema. Pode ser tratada, algumas vezes com massagens, sem a necessidade de reintervenção.
Artigo escrito por: Dr. Astor Grumann Junior